segunda-feira, 22 de outubro de 2007

My Last Letter



Aqui estou eu a escrever a minha última carta para ti. Preciso escrever-te mas não sei o que te dizer. Há tanta coisa que percorre a minha alma com o passar do tempo. Cada minuto desse tempo parece uma hora interminável. Apetece-me atirar todas as folhas para o chão e mudar este nosso fim estúpido… Mas depois penso que se calhar aquilo que nos une já morreu e todos sabem que não se podem construir castelos sobre ruínas.
Muitas vezes dou comigo a olhar no vazio a pensar se também acontece o mesmo contigo. Às vezes quero chorar e um nó forma-se na garganta e as lágrimas teimam em querer rolar mesmo acabando por se perderem. De facto o amor é uma guerra e pergunto-me se alguma vez saímos vencedores dela. Vencemos muitas batalhas é certo mas e a guerra?
Há uma força em ti que me faz acreditar ser capaz de me levantar, de cair e de enfrentar o perigo. Há muito tempo me perdi em ti e apesar de estar a escrever uma última carta, esta não tem tom de despedida. Acho que mais parece um até já porque no fundo…eu não me quero despedir! Tu és o significado de tudo e por mais problemas e dificuldades que possamos enfrentar, eu não consigo optar pelo caminho mais fácil. Quanto mais penso mais vejo que muitos dos melhores momentos da minha vida foram contigo. Os sentimentos mais verdadeiros que alguma vez senti foram contigo e não sei se é por medo de não voltar a senti-los que continuo presa a ti. Será que te sentes como eu sinto? Queria poder chegar à tua mente, ao teu coração para saber o que sentes… Se me amas também de forma tão sôfrega ou se aquilo que sentiste já passou. Mas lembro-me de olhar os teus olhos e sentir alguma tristeza no teu olhar. Como se estivesses a sentir que as coisas poderiam ser diferentes e que tudo naquele momento te estivesse a empurrar de todos os lados e não soubesses como voltar a endireitar o caminho.É triste ver que os dias vão passando e cada vez mais me apercebo da nossa vida separada. Transformaste a minha vida numa confusão e estás a matar-me lentamente com esse amor. Vou sentir tanto a tua falta se me despedir de vez e sei que aí não poderei voltar nem que seja para te beijar, para sentir o teu abraço e para morrer cada vez que me dizes amo-te. E morro…morro cada vez que penso que esta é a última carta! Mas o destino é que manda e pode ser que, na realidade, ela não seja a última e que daqui a algumas horas estejamos juntos e tu olhando dentro dos meus olhos me digas “Fecha os olhos meu amor, abre as tuas asas e deixa a Natureza fazer o resto” e assim a noite mais escura brilhará para sempre…