segunda-feira, 17 de junho de 2013

A névoa

Um coração cansado. Um coração que vagueia por uma qualquer rua vazia e obscura de onde qualquer perigo pode surgir a qualquer momento. O que define a fragilidade de uma alma cansada de amar? Quantos serão os golpes do destino que poderá suportar? A brisa fria que corre devagar por essa rua relembra o quão um dia esse coração foi bafejado com o calor de um sentimento que agora é nada. Pode-se seguir e viver com nada, nada esse que é tudo, tudo o que tem para acreditar e continuar a caminhar.

Ao entrar num beco escuro, esse coração acende mais um cigarro. O fumo que fica no ar confere uma atmosfera sombria, tão sombria como si mesmo que quase se confundem e deixam de ser vistos. Existirá outro coração a acender esse cigarro e que se funda também ele no fumo que com a brisa fria segue e se encontra com outro coração? Talvez os espíritos sempre voltem depois da travessia pagando algo ao guardião da luz apenas para viver esse momento que se esfumaçará em poucos segundos mas que trará no meio da névoa e da brisa fria, um leve calor estranho que relembra que um dia talvez não hajam mais golpes para enfrentar.

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